O Alentejo foi a região onde se registou o maior aumento (4.541 hectares), sobretudo na zona de influência do Alqueva, onde a área cultivada de milho grão aumentou cerca de 2.400 hectares, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo (3.311 hectares), indicou a ANPROMIS, no âmbito do 7.º Colóquio Nacional do Milho a decorrer hoje em Beja.
O aumento da área cultivada com milho grão traduz "o significativo esforço de investimento efetuado pelos produtores nacionais", apesar do "ambiente de sérios constrangimentos financeiros e de acentuada volatilidade" do cereal nos mercados nacional e internacional, frisa a ANPROMIS.
A produção nacional de milho grão em 2013, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística, situou-se na ordem das 932 mil toneladas, um aumento de 9% em relação a 2012 (849 mil toneladas).
Segundo a ANPROMIS, considerando a estimativa de produção nacional de milho grão e o valor médio por tonelada pago aos produtores nacionais em 2013, o setor permitiu um volume de negócios estimado entre 150 e 180 milhões de euros.
Atualmente, Portugal "só consegue produzir 1/3 e importa 2/3 do milho que consume", ou seja, a balança comercial na fileira do milho é negativa e está "longe de conseguir um equilíbrio", disse à Lusa o presidente da ANPROMIS, Luís Vasconcelos e Sousa, à margem do colóquio.
"Apesar de haver muitas condicionantes", como o preço e a disponibilidade de terra, Luís Vasconcelos e Sousa mostrou-se convencido de que o aumento da área cultivada com milho em Portugal esperado para os próximos anos permitirá um crescimento "significativo" do grau de autoaprovisionamento de milho do país, que atualmente se situa nos 34%.
Segundo Luís Vasconcelos e Sousa, o aumento da área cultivada vai decorrer sobretudo na zona de influência do Alqueva, que "vai ser a grande nova zona de produção de milho" e terá um "papel estratégico" para o desenvolvimento da fileira em Portugal.
No perímetro de rega do Alqueva, que "já é a terceira maior zona de produção de milho em Portugal", depois das regiões de Entre Douro e Minho e Lisboa e Vale do Tejo, produzem-se cerca de 100 mil toneladas de milho e existem cerca de 48.600 hectares de área com boa aptidão para a cultura, dos quais quase 12.600 têm uma elevada aptidão, frisou.
Segundo a ANPROMIS, o milho, a cultura arvense mais representativa da agricultura de regadio nacional, à frente da aveia, dos trigos, do triticale e do arroz, ocupa 40% da área total e representa mais de 80% da produção de cereais em Portugal.
O 7º Colóquio Nacional do Milho decorreu no passado dia 12, em Beja. “Os novos mercados mundiais de milho” foi um dos temas em destaque no colóquio deste ano, contando com a presença de Lucílio Rogério Alves, um do mais conceituados analistas do mercado de cereais no Brasil (que é o terceiro maior produtor mundial de milho) e Jean-Jacques Hervé, especialista no mercado de cereais da Ucrânia, país considerado por muitos como “O novo celeiro da Europa”.
Fonte: Notícias ao minuto/365AGRO