365 Agro Global Information
Acessibilidade: 
Bem vindo!
Nome_Patrocinador
21 de agosto de 2020  |  Actualizado às 18:59

Atualidades

Descobrem microalga capaz de assimilar o amónio dos resíduos agroalimentares

O Instituto Basco de Investigação e Desenvolvimento Agrário, NEIKER – Tecnalia, comprovou a capacidade da microalga Chlamydomonas acidophila de absorver o azoto amoniacal presente nos efluentes gerados na digestão de resíduos orgânicos provenientes do sector agroalimentar. Esta alga pode crescer nos citados líquidos e assimilar o amónio, o que evita que este gás se volatilize sob a forma de amoníaco (NH3) e contamine a atmosfera. Além disso, a biomassa de microalgas obtida neste procedimento pode servir como matéria-prima para a produção de biogás ou ser utilizada como alimento animal, composto ou fertilizante, além de ser uma fonte extraordinária de luteína, um poderoso antioxidante que se utiliza como aditivo em alimentos.

O processo de decomposição de resíduos agroalimentares em condições de ausência de oxigénio produz efluentes que apresentam um alto conteúdo de azoto amoniacal, concretamente entre 2 e 5 gramas por litro. Este resíduo é gerado de forma relevante em explorações de gado, entre outras instalações. Assim, é fundamental encontrar métodos adequados para a sua gestão e evitar que o amoníaco se volatilize ou que seja transportado para os aquíferos e águas superficiais.

A microalga Chlamydomonas acidófila apresenta características adequadas para crescer e reproduzir-se num meio que contenha até 50% de líquido proveniente da decomposição de resíduos agroalimentares, segundo verificaram os investigadores. A principal vantagem que apresenta a sua cultura consiste na capacidade de se desenvolver em meios muito ácidos (pH 2-3) e ser altamente tolerante à presença de metais pesados e às elevadas cargas orgânicas.

Além da importância ambiental pela sua capacidade de assimilar azoto amoniacal, a microalga apresenta uma importante capacidade de produção de luteína, um poderoso antioxidante que ajuda a retardar a deterioração e oxidação de células e tecidos e protege o organismo do ataque dos radicais livres, sendo usada em diversos tratamentos terapêuticos.

Os investigadores estão, atualmente, a desenvolver diferentes linhas de investigação destinadas à identificação e posterior avaliação de cepas de microalgas de interesse comercial e ambiental. Entre os projetos que estão a ser levados a cabo, destaca-se a procura de microalgas ricas em óleo que possam ser utilizadas para a obtenção de biodiesel.    

As microalgas compreendem um heterogéneo grupo de microrganismos, distribuídos em todos os ambientes e que partilham a característica de serem fotossintéticos. Estes organismos cumprem um papel fundamental na ecologia global, pois são responsáveis pela fixação de cerca de 50% do carbono do planeta. Através da fotossíntese, utilizam a energia solar para converter o anidrido carbónio atmosférico em carbono orgânico.

Devido à sua enorme biodiversidade, as microalgas representam uma das mais prometedoras fontes de novos produtos e aplicações. Na atualidade são fonte de grande variedade de compostos e biomoléculas com elevado valor comercial e aplicações tão diversas como alimentação, dietética, biomedicina, cosmética e bioenergia.

Fonte e Foto: Agroinformación

Publicada: 05/06/2014 08:00