A iniciativa partiu de oito pessoas, mais a figura legal da cooperativa local, a CoFafe, que conta com 1.300 associados. Cada um investiu 80 mil euros, ou seja, um total de 720 mil euros. 50 por cento foi reunido pela parte correspondente de ajudas da União Europeia de um milhão de euros, através do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDer), que faz parte do programa Leader. A outra metade foi conseguida através de crédito bancário pessoal.
Os responsáveis equiparam uma estrutura localizada no maior parque industrial do município, onde armazenam as ervas, o qual dispõe de uma câmara de secagem construída expressamente para esta actividade a partir de um contentor isotérmico, cujo valor original era muito alto e a imaginação dos intervenientes permitiu poupar alguns milhares de euros. No mesmo local existem mais duas câmaras que entram brevemente em funcionamento, que no seu conjunto permitem processar entre quatro a cinco toneladas de ervas em cada dois dias.
A energia solar irá alimentar a nave, com excepção da caldeira para aquecer a água que percorrerá as três câmaras de secagem por um sistema de tubagens, que se alimentará com lenha, tendo uma autonomia de 6 horas.
Alguns dos produtos comercializados são a menta, a salvia, a verbena, a cidreira e o hipericão do Gerês (Hypericum Andronaenum).
Os nove agricultores cultivam um total de 18 hectares em sete explorações distintas, das quais são proprietários. A iniciativa encontra-se numa primeira fase de implementação, tendo recolhido uma colheita que esperam vender nos próximos meses, e deixar espaço em armazém para próxima.
O projecto nasceu em 2001, quando alguns jovens agricultores realizaram um curso sobre estas culturas e puseram em prática os conhecimentos, mas sem os resultados esperados, tendo renascido em 2007 pela mão de pessoas com formação superior ou média, alguns filhos de agricultores locais, mas poucos com formação agrícola.
A certificação de ervas aromáticas é da responsabilidade da Ecocert, a entidade certificadora mais reconhecida no mercado europeu e norte-americano, segundo os responsáveis pela cooperativa.
Actualmente, o momento é crítico, porque colocam a possibilidade de comercializar um produto variado, tendo sido realizado um trabalho prévio de marketing em quatro feiras Biofach. Nesta última contactaram possíveis compradores interessados, como a Itália, França, Alemanha, Áustria e Reino Unido, sem perspectivas imediatas de vendas em Portugal.
Está também em desenvolvimento um programa de embalagem e etiquetagem para uma comercialização mais eficaz.
No município de Fafe há muito terreno inculto, abandonado pelos agricultores locais. De forma a ampliar o negócio das plantas aromáticas, a CoFafe propôs convencer pouco a pouco estes proprietários para que arrendam ou vendam os terrenos, ou para se juntarem à cooperativa.
Fonte: CONFAGRI / Perinquiets